terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Jovens de Ubatuba buscam apoio na Câmara Municipal de São Paulo


No dia 03 de dezembro último, Leonardo Rocha e Gabriela Viana reuniram-se em audiência com o Vereador Carlos Alberto Bezerra Júnior, Líder do PSDB na Câmara de São Paulo.

A reunião teve por objetivo obter subsídios do autor do Projeto de Lei que instituiu o Estatuto da Juventude no município da Capital, visando à implantação de uma política voltada para a juventude também em Ubatuba.

O vereador fez uma breve explanação sobre a importância de um Conselho da Juventude no município, conforme estabelece o referido estatuto: “o Conselho da Juventude é um grupo de jovens que falam sobre suas diversas necessidades e como os recursos públicos devem ser utilizados nas políticas públicas voltadas para a juventude”.

Carlos Alberto foi bastante cortês e se comprometeu a enviar aos jovens ubatubenses uma cópia da Lei, assim que esta venha a ser promulgada. Colocou, ainda, seu gabinete à disposição da população de Ubatuba, para qualquer assunto em que possa ajudar.

Em nosso município, podemos destacar diversos grupos que poderiam ter espaço neste Conselho, como os estudantes, esportistas, artistas e artesãos, entre tantos outros. Indicados pelas associações representativas, discutiriam as políticas públicas a serem adotadas para os jovens da cidade.

Leonardo Rocha, indagado a respeito, assim se manifestou: “Esta é uma idéia inovadora pela qual certamente vale a pena lutarmos. Por que temos que aceitar sempre os ditames que nos são impostos? Por que simplesmente não param para ouvir e nos deixam expor nossas idéias e necessidades?

De fato, evidencia-se a necessidade de uma política voltada para a juventude em nosso município. Salta aos olhos de todos o abandono ao qual a juventude ubatubense tem sido relegada nas últimas administrações municipais. Só nós sabemos o quanto é difícil, por exemplo, conseguir um ônibus para levar nossos atletas a alguma competição.

Neste sentido, nosso amigo Leo Rocha conclui: “Faz-se necessário o surgimento de novas lideranças, capazes de discernir com clareza a essência dos problemas enfrentados por cada uma das "tribos" que compõem a juventude. É de fundamental importância que o jovem, independente de sua ideologia, não fique ausente das discussões que envolvem o nosso futuro. E, somente com a inclusão do jovem na política partidária é que será possível renovar os quadros que aí estão, trazer novas idéias e construir, juntos, um futuro melhor para Ubatuba e para o Brasil.”

Frederico Ostini
Estudante de Jornalismo na UNITAU

Ubatuba realiza atividade de preservação dos mangues

Os manguezais, ecossistemas que se desenvolvem entre o mar, o rio e a terra, nas margens dos estuários, estão entre os mais produtivos ecossistemas do planeta. Eles são considerados os berçários do mar, pois boa parte das espécies de peixes, crustáceos e moluscos dependem deles.
Por esta razão, a Prefeitura de Ubatuba, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e a Associação Socioambientalista 'Somos Ubatuba (ASSU)', realizarão atividades educativas voltadas para o tema, na próxima sexta-feira, 07 e domingo, 09.

No dia 7, será realizada uma palestra na Escola Municipal Professora Altimira Silva Abirached e uma atividade de educação ambiental na ponte do Rio Acaraú, no Itaguá. No dia 9, acontecerá plantio de mudas e limpezas de praias.

Esta iniciativa está em consonância com o movimento global de Alerta, chamado “Mangrove cry against global warming”, que traduzindo, significa: “Os manguezais choram contra o aquecimento global”. O movimento acontecerá no dia 8 de dezembro, em diversos países, sensibilizando a população para a ameaça e as conseqüências das mudanças climáticas.

Os mangues do Litoral Norte

Dentre as quatro cidades do Litoral Norte, Ubatuba concentra cerca de 54 % das áreas de manguezal desta região, seguida de Caraguatatuba com 45 % e São Sebastião com 1%. Em Ubatuba destacam-se os manguezais da Picinguaba e do Rio Escuro, como os mais expressivos. Os manguezais do Rio Grande, da Barra da Lagoa (ou Rio Tavares), do Acaraú e do Indaiá, apesar de não muito extensos são os mais ameaçados.

Os mangues pedem socorro

Apesar de seu importante papel no controle do aquecimento global, pois tem grande capacidade de reter carbono da atmosfera, diminuindo o efeito estufa provocado pela poluição e na atenuação de suas conseqüências, os manguezais são justamente um dos ecossistemas mais ameaçados por este fenômeno.

Eles já vêm sofrendo diversas agressões, como: lançamento de esgoto sem tratamento, o despejo de produtos químicos utilizados em residências, comércios, barcos e indústrias e a deposição de lixo. Além disso, os manguezais estão cada vez mais cercados por casas que avançam sobre suas áreas, desmatando, aterrando e provocando o assoreamento e perda de biodiversidade deste ecossistema.

A importância de preservar

Segundo Henrique Luiz Almeida, membro da Assu, muitas comunidades litorâneas ainda não perceberam que os manguezais são importantes para controlar as enchentes e proteger o litoral de ressacas e tempestades, sobretudo pela ameaça do aquecimento global e elevação dos oceanos. “As atitudes humanas provocam a morte de animais e diminuem a quantidade de pescado, que não tem mais onde procriar, além de comprometer a própria saúde humana e contaminar o ambiente. Temos que reverter esta falta de cuidado humano com a natureza, porque o Planeta Terra é o lar de todos nós.”

Fonte: Agoravale

Frase do Dia

"A derrota do Chávez faz com que todos os aloprados do Lula fiquem com as barbas de molho, preocupados".

Deputado Onyx Lorenzoni (RS), líder do DEM na Câmara

Internacional

O cala-boca que veio das urnas - Editorial do JB

O povo venezuelano disse não aos sonhos de poder infinito do presidente Hugo Chávez. De forma pacífica, foi às urnas no domingo e rejeitou os dois blocos de propostas de emenda à Constituição, que tornariam o país uma espécie de Cuba movida a petrodólares. Mais que uma derrota pessoal do candidato a ditador bolivariano, o resultado confirma a vitória da democracia - afinal, o mesmo processo democrático que o elegeu (e lhe garantiu sucessos em outras consultas populares) foi o responsável pelo baque de agora. No primeiro bloco de emendas, 50,7% dos votantes rechaçaram a proposta que, entre outros itens, permitiria que o presidente se candidatasse indefinidamente ao cargo. A diferença entre o "sim" e o "não" foi de apenas 125 mil votos - num universo de 9 milhões de eleitores que efetivamente foram às urnas, de um total de 16 milhões aptos a votar. No bloco seguinte, 51,05% dos eleitores derrubaram a proposta que permitiria diminuir a idade dos eleitores (para 16 anos) e restringiria a liberdade de expressão durante os estados de exceção. A margem aí também foi muito apertada: 187 mil votos. A estreita diferença de votos evidencia uma sociedade dividida. Mas que não deve baixar a guarda. Embora tenha aceitado a derrota ainda na madrugada de ontem, Chávez avisou - num misto de ameaça tirânica e bravata messiânica - que "por enquanto" não conseguiu aprovar as reformas que tanto queria. Deixou claro que vai continuar tentando. É aí que mora o perigo. O venezuelano arregimentou vários seguidores no continente. Evo Morales, na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador, são os maiores exemplos. Tentam, a ferro e fogo, impor mudanças às Cartas de seus países, pondo em risco os predicados democráticos ali consagrados. O recado de Caracas serve também para Brasília. Afinal, a diplomacia brasileira, nos últimos anos, optou pelo atestado ideológico, em detrimento dos reais interesses do Estado. Ao abonar um sem-número de gestos, palavras e atos do "companheiro" Chávez, o presidente Lula (e, por extensão, o Itamaraty) equivocadamente alinhou-se ao vizinho. De olho em arriscados empreendimentos comerciais e em nome de uma utópica união hemisférica, o Brasil emprestou a Chávez um respaldo que este jamais mereceu. Difícil imaginar como manter laços firmes com um governante que abraça aliados acusados de envolvimento em ações terroristas (como o Irã) e costumeiramente desrespeita outros líderes (ao comparar George Bush ao diabo e chamar de fascista o ex-primeiro-ministro espanhol José María Aznar). O Estado brasileiro tem de estar acima de questiúnculas e factóides inventados pelo vizinho. Deve, sim, zelar pela defesa da democracia e pela salutar alternância de poder - em solo pátrio ou estrangeiro. Caso a Venezuela siga o rumo escolhido pela maioria de seu povo, o Palácio de Miraflores terá novo ocupante em 2013. Até lá, no entanto, o atual inquilino deverá manter-se fiel à Constituição ainda em vigor. O que se espera agora é que os aprendizes de tiranete latino-americanos - e o próprio patrão - compreendam o claro aviso das urnas: o eleitor não referenda ditaduras. E na primeira oportunidade que lhe é concedida, pede comedimento de seu governante. Que, desta vez, levou um popular cala-boca.

A derrota de Chávez - Editorial do Estadão

Há pouco mais de quatro semanas, quando já faziam grandes manifestações nas ruas das principais cidades da Venezuela, a palavra de ordem dos estudantes era pedir o adiamento do referendo marcado para 2 de dezembro e, se não fossem atendidos pelas autoridades eleitorais, fazer a propaganda da abstenção. Argumentavam as lideranças estudantis que a grande maioria da população não conhecia, em detalhes, o texto da nova constituição, que o governo somente divulgava as medidas populistas introduzidas no texto - como a redução da jornada de trabalho - e que, conhecido o teor ditatorial da carta, o povo a rejeitaria.Faltando cerca de 20 dias para o referendo, os estudantes se convenceram de que, se insistissem nessa tática eleitoral, o resultado seria o desastre. Nas últimas eleições parlamentares, os partidos de oposição não apresentaram candidatos, em sinal de protesto contra as arbitrariedades de Hugo Chávez, e o resultado foi uma Assembléia Nacional 100% chavista, que só não aprovou o projeto constitucional de Chávez por unanimidade porque os oito deputados do Podemos declararam dissidência. Os estudantes não queriam repetir o erro.Ao mesmo tempo que os estudantes tomavam a decisão de fazer a campanha pela participação maciça no referendo, votando "não" à constituição liberticida, o general da reserva Raúl Baduel, ex-ministro da Defesa, que havia rompido com Chávez por se opor à reforma constitucional, fazia campanha contra o que denunciava como uma tentativa de golpe contra a democracia.No domingo, o coronel Hugo Chávez, que se considerava imbatível nas urnas, depois de ganhar uma dezena de eleições, foi derrotado. A maioria dos eleitores venezuelanos rejeitou a constituição que colocaria nas mãos do presidente, incondicionalmente, todo o poder do Estado, além de acabar com a livre iniciativa e a propriedade privada.O general Raúl Baduel, com sua pregação diária, conseguiu unir algumas lideranças da oposição, até então dispersas e sem objetivos comuns, em torno do "não" à reforma de Chávez. As lideranças estudantis, por sua vez, revelaram uma surpreendente capacidade de mobilização. "Jovens que querem viver em liberdade, que querem ter trabalho e educação, votem", conclamavam os líderes. E, juntos, conseguiram colocar o coronel Hugo Chávez na defensiva, transmitindo ao eleitorado chavista a idéia de que votar contra a constituição, ao contrário do que dizia a propaganda oficial, não era votar contra Chávez - que continua tendo altos índices de popularidade - e muito menos destituí-lo da presidência, pois tem mandato até 2013.Durante todo esse processo eleitoral, quase não se ouviram os nomes dos partidos tradicionais venezuelanos nem dos que se formaram depois que Chávez assumiu o poder, há nove anos. A reação ao autoritarismo de Chávez deveu-se a movimentos espontâneos e informais, fora dos quadros partidários. Mas ainda é grande a apatia dos eleitores venezuelanos. Na Venezuela, o índice de abstenção é normalmente alto. Nas eleições anteriores disputadas por Chávez, ele nunca conseguiu mais votos do que os de seus adversários somados aos eleitores que não compareceram. Dizia-se que ganhava as eleições por causa da abstenção da maioria silenciosa. Pois no referendo de domingo, que Chávez perdeu, a abstenção foi a maior da década, chegando a 44,9% dos eleitores inscritos.Hugo Chávez aceitou a derrota com aparente tranqüilidade. Mas as forças que o derrotaram não podem se desmobilizar. A constituição rejeitada dava todos os poderes a Chávez. É preciso considerar, porém, que os poderes de que ele dispõe já são, na verdade, ditatoriais. Ele controla o Legislativo e o Judiciário, podendo destituir e nomear juízes à vontade. Dispõe, sem restrições, do Tesouro nacional, aí incluídas as receitas bilionárias do petróleo, que utiliza para financiar suas políticas assistenciais, dentro e fora do país. Mas o mais importante é que Hugo Chávez ainda pode fazer uso, por mais oito meses, da famigerada Lei Habilitante - uma delegação de poderes que obteve da submissa Assembléia Nacional. O general Raúl Baduel adverte, com procedência, que ele pode tentar impor ao país, com medida infraconstitucional, as reformas ditatoriais que o eleitorado rejeitou. Certamente, Chávez não vai desistir do que não obteve no domingo.

Limites de Chávez - Editorial do Globo

É extraordinária, nas circunstâncias, a decisão do povo venezuelano de rejeitar a reforma constitucional de Chávez. Ela se impôs a despeito do empenho pessoal do presidente, do bombardeio da máquina estatal de propaganda e do prognóstico da maioria dos institutos de pesquisa. Merecem registro também o desempenho dos instrumentos de consulta popular, que não escamotearam a vontade da maioria, e a própria reação de Chávez, imediatamente reconhecendo a derrota. Os números apertados do referendo refletem a profunda divisão entre chavistas incondicionais, de um lado, e opositores ao projeto de reforma constitucional e críticos do presidente, de outro. Divisão que é uma das conseqüências mais sinistras do projeto de Chávez de implantar no país um regime personalista, ditatorial. A abstenção no referendo, de mais de 44%, demonstra que o chavismo já não entusiasma como antes seus adeptos e que isso pode ter sido um dos fatores do fracasso do governo. Por outro lado, a mobilização da oposição faz crer que ela tenha aprendido a lição de 2005, quando boicotou as eleições legislativas e cedeu de bandeja a Assembléia Nacional para os chavistas. De todo modo, abre-se uma frágil janela para o futuro, por cuja integridade governo e oposição devem zelar. Chávez tem mais cinco anos de mandato sob a égide da Constituição Bolivariana de 1999. Sua primeira derrota eleitoral, longe de induzi-lo a recaídas golpistas ou a revanchismos, deveria levá-lo a reconhecer os claros limites expressos pelos venezuelanos sobre sua permanência no poder e o tipo de instituições que desejam para o país. Em seus quase nove anos no poder, Chávez promoveu reformas que mudaram definitivamente a Venezuela nas esferas institucional, política, social e econômica. O bolivarianismo e o "socialismo do século XXI" incorporaram doses maciças de autoritarismo populista, cuja ampliação num projeto constitucional totalitário foi rejeitada pelo povo. É um claro recado ao caudilho para que use os cinco anos em prol da democracia, abrindo um amplo diálogo com a oposição e com os novos personagens criados na esteira do referendo - os dissidentes do chavismo e os estudantes. Os vitoriosos de domingo, por sua vez, devem tomar consciência da delicadeza do momento e recorrer a doses maciças de paciência e sabedoria para não quebrar a frágil janela, evitando inúteis provocações e armadilhas que dêem aos setores chavistas motivos para reações truculentas, que ponham tudo a perder.

Manchetes do dia

- JB: Hugo Chávez não desiste

- Folha: Venezuela nega mais poder a Chávez

- Estadão: Oposição derrota Chávez e apela por conciliação

- Globo: Chávez reconhece derrota e oposição articula frente

- Gazeta Mercantil: Empresas se preparam para segunda tentativa de IPO

- Correio: 'No' - O dia em que a Venezuela calou Chávez

- Valor: Inflação em alta e fuga de aliados derrotam Chávez

- Jornal do Commercio: Cesta básica mais cara

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais.