Democracia ferida - Suely Caldas
Em meados de setembro, quando o caso Renan Calheiros ainda causava indignação, mas já perto da desesperança, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), d. Dimas Lara Barbosa, alertou para o perigo de o País ser tomado pela sensação de desânimo e apatia, "risco grave para o futuro da democracia", advertia ele. Não é para menos. Desde o episódio Waldomiro Diniz, em 2003, os brasileiros não têm trégua: escândalos de corrupção se repetem com espantosa freqüência e do governo recebem tratamento de tolerância e banalidade (de Lula, os corruptos ganham carinho, e do PT, absolvição sem julgamento).
Os mais vulneráveis à apatia e ao desânimo são os jovens. Diferentemente da Venezuela, onde eles vão às ruas protestar contra o autoritarismo de Hugo Chávez, aqui são representados (ou deveriam ser) pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que se transformou em entidade a serviço dos interesses do governo, recompensada com verbas públicas e vista grossa com a venda de carteirinhas para quem não é estudante. Apatia foi o que se viu, há dias, no rosto de universitários que transitavam pelo câmpus e não paravam para ouvir os candidatos à eleição do diretório acadêmico da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ). "Sabemos que hoje a UNE é odiada por todos, mas queiram ou não, é quem nos representa", dizia uma candidata para uma descrente platéia de uns 30 estudantes (a PUC-RJ tem 12 mil), que cobrava falta de apoio da UNE para passeata contra Renan Calheiros, organizada por um grupo deles. Leia Mais
Governo não terá nenhum voto tucano, dizem líderes
Lula e seus operadores políticos continuam a apostar que pelo menos quatro dos 13 senadores do PSDB vão votar a favor da emenda da CPMF. Em público, ninguém dá nome aos bois. Em privado, mencionam-se os tucanos João Tenório (AL), Cícero Lucena (PB), Eduardo Azeredo (MG) e Lúcia Vânia (GO).
O Planalto chega mesmo a insinuar, nos subterrâneos, que o próprio Tasso Jereissati (CE), que deixou a presidência do PSDB na última sexta-feira (23), pode ajudar o governo a esticar a vigência do imposto cheque até 2011. O blog ouviu dois dos principais líderes tucanos sobre o assunto.
Sérgio Guerra (PE), novo presidente do PSDB; e Arthur Virgílio, líder dos tucanos no Senado, afirmam que o governo faz jogo de cena. Asseguram que, na hora “H”, Lula vai quebrar a cara. Não terá, segundo dizem, um mísero voto do partido. Leia Mais
Fonte: Blog do Josias
Entre aloprados e pajés - Editorial do Estadão
Os saudosos da inflação podem preparar-se para festejar. O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva parece estar a um passo de abandonar os últimos e precários compromissos com a seriedade fiscal e com a estabilidade de preços. Os defensores da gastança, da irresponsabilidade financeira e da tolerância à inflação ganham espaço em Brasília e intensificam a pressão contra o Banco Central (BC). As escandalosas mudanças no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com expurgo dos pesquisadores não-alinhados, são parte desse processo. Isto não é ilação. A conexão entre os fatos é reconhecida por fontes do governo e até celebrada na vergonhosa moção de apoio à perseguição divulgada pelo Sindicato dos Economistas e pelo Conselho Regional de Economia do Estado do Rio de Janeiro. Leia Mais
Neves critica Lula e diz que PSDB apontará caminhos
O deputado Waldir Neves (PSDB/MS) afirmou nesta sexta-feira que os crimes praticados no estado pelo ex-governador Zeca do PT, acusado pelo Ministério Público de desviar R$ 30 milhões em verbas públicas, se repetiram nacionalmente. Ele ressaltou que essa correlação ficará ainda mais clara "quando tirarmos o presidente Lula do Planalto e mostrarmos, a partir de uma gestão tucana, como ele é incompetente e desonesto".
"Vamos apontar o verdadeiro caminho", disse. Neves elogiou também o novo programa do PSDB e disse que só com unidade partidária os tucanos voltarão ao governo federal. "Minha luta como deputado não tem sido outra. Quero contribuir para a união das bancadas, que devem avalizar os projetos nacionais tucanos", argumentou.
Carga tributária federal irá a 16,3% do PIB em 2007
A carga dos tributos federais administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB), não incluída a contribuição ao INSS, subirá de 15,46% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano passado para 16,29% do PIB este ano, de acordo com previsão que consta do relatório de avaliação de receitas e despesas relativo ao quinto bimestre, encaminhado pelo governo ao Congresso Nacional esta semana.
O aumento da carga em 0,84 ponto porcentual do PIB é a verdadeira "gordura tributária", ou seja, o avanço que a União fez sobre a renda das empresas e dos trabalhadores neste ano. Essa "gordura" corresponde a R$ 21,1 bilhões. Leia Mais
Proposta por Zenaldo, moção condena 3º mandato para Lula
Os participantes do Congresso do PSDB aprovaram nesta sexta-feira uma Moção de Repúdio à proposta de terceiro mandato para o presidente Lula. A moção foi proposta pelo líder da Minoria, Zenaldo Coutinho, que qualificou a iniciativa como "tentativa de se imitar a ditadura venezuelana no Brasil". Para o deputado, qualquer tentativa de introdução de uma proposta de ampliação do mandado presidencial deverá ser repudiada.
O futuro do PSDB
O Congresso Nacional do PSDB vem num momento importante. O partido se vê diante da urgência em redefinir seu papel no atual contexto político nacional. Para tanto, deve olhar para a sua história, buscar as raízes, desde a fundação. O PSDB nasceu e cresceu uma das maiores e mais relevantes siglas partidárias brasileiras, que reuniu, desde o princípio, grandes pensadores dos problemas nacionais, como André Franco Montoro, Fernando Henrique Cardoso, Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, entre tantos outros ilustres e outros não tão conhecidos.
A conquista da presidência da República, por duas gestões consecutivas, foi o caminho natural de um partido que trouxe ao país, por exemplo, a estabilidade da moeda, com o Plano Real, que é sem dúvida a mais significativa das contribuições à economia brasileira desde que o país existe enquanto república.
O futuro do PSDB passa por apresentar, continuamente, projetos para cidades, estados e para o país, que contribuam para o fortalecimento da democracia, com desenvolvimento e justiça social. Reassumir a liderança nacional começa por estar presente na próxima disputa municipal, apresentando candidaturas próprias em todos os municípios deste Brasil.
O PSDB tem que retomar sua identidade. Um dos símbolos do partido, o tucano, foi escolhido, na fundação, em 1988, por representar a necessidade de preservação ambiental. À frente de seu tempo, já naquela época, os tucanos levantavam a questão, só hoje sondada pelas demais siglas, do crescimento com sustentabilidade ambiental. As cores do partido, amarelo e azul, por integrarem também a bandeira nacional, representavam a responsabilidade de se trabalhar pelos ideais nacionais, Democracia, Justiça Social, Desenvolvimento e Soberania Nacional, em alinhamento permanente com os anseios da população brasileira.
A chegada precoce ao governo fez com que os grandes quadros do partido assumissem missões que promoveram no país considerável avanço na administração pública, na economia e na vida política nacional. Entretanto, por ser um partido novo, com poucos militantes, isso dificultou o rápido surgimento de novos quadros, fazendo com que o PSDB perdesse a combatividade nos primeiros anos de governo Lula.
Redefinir as linhas do partido como um todo é tarefa para os tucanos de todo o Brasil. Não podemos fugir dessa responsabilidade. Precisamos retomar com energia a bandeira do voto distrital pois no cerne dos problemas brasileiros está a falta de uma reforma política séria e eficiente, que aproxime o eleitor do representante. Aqui em São Paulo faremos a nossa parte. Vamos aguardar ansiosos os frutos deste Congresso Nacional Partidário para traçarmos os rumos do partido em 2008.
Nunca é demais lembrar que discutir a sucessão presidencial, hoje ameaçada por uma proposta paradoxalmente evidente e dissimulada, de reeleição presidencial ilimitada ou ´terceiro mandato`, será mais viável e confortável se estivermos em dia com a nossa São Paulo. Neste 2008, na capital paulista, há muito a fazer, e esse trabalho é do PSDB.
Fonte: Agência Tucana