Reunidos na noite passada, Marco Maciel e José Agripino Maia acertam os detalhes da sessão que a comissão de Justiça do Senado realiza nesta quarta-feira (5). Na pauta, a análise das emendas apresentadas à proposta da CPMF. Decidiu-se que Maciel, presidente da comissão, fará o que estiver ao seu alcance para acelerar a tramitação.
Em combinação com o PSDB, o DEM deseja submeter a teste a disposição do governo de realizar, já nesta quinta-feira (6), no plenário do Senado, o primeiro turno da votação da proposta que estica até 2011 a vigência do imposto do cheque. Ainda sem os 49 votos de que necessita para prevalecer sobre a oposição, o governo agora quer protelar a votação para a semana que vem.
A CPMF retornou à comissão de Justiça graças às emendas que foram enganchadas na proposta. Cabe a Romero Jucá, líder de Lula no Senado, relatá-las. No início da semana, o senador dera a entender que as rejeitaria e apressaria o passo, de modo a permitir que a votação em plenário ocorresse nesta quinta.
A oposição cogitara opor obstáculos à pressa de Jucá. Nesta terça, porém, em contato com Sérgio Guerra, presidente do PSDB, Agripino Maia ponderou que o melhor é acelerar. O tempo, na opinião de Agripino, conspira a favor do governo, que manuseia mundos e, sobretudo, fundos, para virar os votos de dissidentes que engordam a contabilidade da oposição.
Nesta terça, Expedito Júnior (PR-RO), um dos dissidentes que o Planalto tenta cooptar, procurou os aliados oposicionistas. Contou que, em contato com o governador de seu Estado, Ivo Cassol (licenciado do PPS), Lula prometera atender a todas as reivindicações de Rondônia. Em troca, quer o voto de Expedito. Premido, o senador pediu pressa, único modo de livrar-se da pressão. Curiosamente, o próprio Cassol dissera a líderes do DEM e do PSDB, na véspera, que ignoraria as pressões do governo.
Além de Expedito, César Borges (PR-BA), outro dissidente submetido ao assédio do Planalto, também pediu pressa à oposição. Sentindo o cheiro de queimado, o DEM concluiu que é hora de medir forças no plenário. Reunida na hora do almoço, a bancada do PSDB optou por aderir à pressa do aliado.
O problema é que, enquanto não dispuser da certeza de que alcançou os três quintos (49 votos), o governo tem todas as condições de adiar o confronto do plenário. De saída, pode negar quorum para a deliberação. Confirmando-se a fuga, ficará exposta a fragilidade numérica do governo. Mas o Planalto disporá de mais tempo para virar a cabeça dos recalcitrantes.
Fonte: Blog do Josias
Lula costura com o PMDB nome de Garibaldi como sucessor de Renan
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva articula com a cúpula do PMDB uma manobra para tentar eleger Garibaldi Alves (RN) presidente do Senado, mostra reportagem de KENNDY ALENCAR e VALDO CRUZ publicada na Folha de S.Paulo (
íntegra disponível para assinantes do UOL e do jornal).
O senador do PMDB pode assumir o cargo deixado por seu correligionário Renan Calheiros, que renunciou à presidência da Casa nesta terça, pouco antes de ser absolvido de um processo de cassação de mandato por quebra de decoro por uso de laranjas para a compra de rádios em Alagoas.
Para que o governo dê apoio a Garibaldi, Lula exigiu e obteve da cúpula do PMDB garantias de que ele não será hostil com o Palácio do Planalto. Em 2005 e 2006, quando presidiu a CPI dos Bingos, Garibaldi foi um duro opositor a Lula.
Lula sabe que haverá resistências a Garibaldi na própria bancada do PMDB. Lula preferia que Sarney fosse o futuro presidente do Senado, mas PSDB e DEM já manifestaram que não aceitariam apoiá-lo. A eleição para a presidência da Casa deve ocorrer na próxima quarta (12).
Fonte: Folha Online
Tropa de choque de Renan se reúne na casa de Sarney: eles riam “do pobre relator”
Depois da absolvição, Renan Calheiros (PMDB-AL) foi direto para a casa do senador e ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) no Lago Sul - considerada o centro do poder do PMDB em Brasília. Ali, Renan foi recepcionado por meia dúzia de peemedebistas. Em setembro, quando foi absolvido no caso Mônica Veloso, a comemoração foi na casa da filha de Sarney, a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney (PMDB-MA). Sonoras gargalhadas eram ouvidas do lado de fora da casa. Renan, segundo um dos comensais, mais de uma vez se referiu ao senador Jefferson Péres (PDT-AM), que pediu sua cassação no Conselho de Ética, com a expressão “pobre relator”. O senador alagoano passou boa parte da comemoração ao telefone, agradecendo os votos que garantiram sua salvação.Experiente em processos e renúncias, o ex-presidente do Senado e hoje deputado Jáder Barbalho (PA) marcou presença na festa. Pouco depois, juntaram-se aos convivas o líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), e Roseana. Cotado para assumir a vaga de ministro de Minas e Energia na cota do PMDB, Edison Lobão (MA), bateu ponto na casa do padrinho Sarney e do aliado Renan. Integrante da cota do parlamentar alagoano na administração federal, o ex-senador Sérgio Machado (CE), hoje no comando da Transpetro, chegou por volta de 23 horas.
Fonte: Estadão