quinta-feira, 6 de março de 2008

Política

Alckmin diz ao PSDB que vai concorrer à prefeitura

Geraldo Alckmin informou à direção do PSDB que sua decisão está tomada. Mais: é irreversível. Vai mesmo concorrer à prefeitura de São Paulo nas eleições municipais de outubro. Aguarda agora uma posição do partido quanto à melhor data para a oficialização da candidatura.
Há dois dias, em diálogo reservado que manteve com um grão-duque do tucanato, o senador Sérgio Guerra (PE), presidente do PSDB, resumiu assim a cena paulistana: “Agora, é fazer a campanha do Geraldo e lutar para ganhar a eleição.” Diante do fato consumado, também o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que torcia o nariz para as pretensões de Alckmin, já se deu por vencido.
Em privado, FHC prometeu “arregaçar as mangas” por Alckmin. Se for sincera, a declaração representa uma reviravolta. Até duas semanas atrás, o presidente de honra do PSDB punha as mangas de fora por um outro projeto: a celebração de uma aliança tucano-democrata em torno do nome do prefeito Gilberto Kassab (DEM), candidato à reeleição.
FHC chegou mesmo a urdir uma mobilização da bancada tucana na Câmara de Vereadores da capital paulista em favor da composição com Kassab. Antes, dissera, em público, que Alckmin deveria se preservar para a disputa ao governo de São Paulo, em 2010. Assim, estaria aberto o caminho para a aliança municipal com o DEM, que pavimentaria a reedição da parceria ao redor da candidatura presidencial de José Serra.
O prazo final para que os partidos retirem suas candidaturas do armário é o mês de junho. Mas Alckmin deseja que seu nome seja levado à vitrine bem antes disso. Trabalha com a perspectiva de achegar-se ao meio-fio no final de março. Até lá, cuidará da costura das alianças. Um cerzido que já se encontra em estágio avançado.
Alckmin aponta suas agulhas em duas direções: o PMDB de Orestes Quércia e o PTB de Campos Machado. Ao primeiro, já ofereceu a posição de vice. E acenou com o apoio à candidatura de Quércia ao Senado, em 2010. Cobiçado também pelo PT de Marta Suplicy, Quércia simula a disposição de lançar candidato próprio e cozinha os assédios em banho-maria.
Com seus movimentos, Alckmin levou Serra às cordas. Até a cúpula do DEM cobre o governador paulista de críticas. Atribui-se a “teimosia” de Alckmin ao fato de Serra ter tratado o grupo do ex-presidenciável tucano a pão e água. Daí a ânsia de Alckmin em concorrer à prefeitura, um posto que lhe devolveria a voz e a visibilidade que lhe tomaram.
Mercê da incompatibilidade que o separa de Serra, o eventual triunfo de Alckmin jogará água no moinho presidencial de Aécio Neves. Não por acaso, o governador de Minas é um dos mais ferrenhos defensores do direito de Alckmin à vaga de candidato a prefeito. Enxerga no aliado uma cunha paulista para a disputa interna que trava com Serra.
De resto, arma-se em São Paulo um cenário que o PT festeja gostosamente. A despeito de a aliança com o tucanato ter escalado o telhado, a cúpula do DEM trata a re-candidatura de Kassab como um fato consumado. Argumenta-se que o prefeito não tem nada a perder. Ainda que não retorne à prefeitura, tonificaria o seu cacife pessoal para disputar, em 2010, o Palácio dos Bandeirantes ou uma vaga ao Senado.
A divisão de tucanos e ‘demos’ é, do ponto de vista do petismo, o cenário ideal. Os partidários da ministra Marta Suplicy (Turismo) argumentam que Alckmin e Kassab disputam o mesmo eleitorado. A refrega entre ambos abriria uma avenida na qual a candidatura de Marta desfilaria rumo ao topo das intenções de voto.
Na última sondagem do Datafolha, divulgada em 16 de fevereiro, a distância que separava Marta de Alckmin era de exíguos quatro pontos percentuais. Ele amealhava então 29% dos votos. Ela, 25%. Kassab, o terceiro colocado, vem bem atrás, com 12%. A ser mantido esse cenário, Alckmin e Marta mediriam forças num segundo turno de resultado imprevisível.

Fonte: Blog do Josias

Bolsa ilusão

Há uma cena no curta-metragem "Entreatos" - o registro dos bastidores da campanha eleitoral do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, do cineasta João Moreira Salles - em que o futuro presidente, numa conversa sobre estatísticas com Gilberto Carvalho, que continuaria seu assessor próximo no Planalto, compartilha uma suspeita: "Quantas pessoas passam fome neste país, Gilberto? Eu acho o número de 53 milhões tão absurdo!"
Ao chegar ao poder, porém, Lula deixou de lado as dúvidas e montou um programa assistencialista, o Bolsa Família, que atende 44 milhões de brasileiros, ao custo de quase R$11 bilhões apenas este ano. E ele tinha razão em desconfiar daquele dado. O Brasil certamente não seria como é hoje se existissem 53 milhões de famélicos, uma tragédia de enorme poder de desestabilização do próprio sistema político.
A mais recente prova de que o candidato Luiz Inácio Lula da Silva estava certo consta do artigo de Ali Kamel publicado terça-feira no GLOBO. Ao consultar a página do Ministério do Desenvolvimento Social na internet, o articulista encontrou estudos acadêmicos sobre como o Bolsa Família tem equipado a residência de beneficiários com variados eletrodomésticos.
Fica evidente, pela lógica, que boa parte do dinheiro do Bolsa Família não está mesmo sendo usada para acabar com a fome de miseráveis. Pela simples razão de que eles são bem menos que os 44 milhões assistidos pelo programa, como já ficou evidente em algumas pesquisas. Uma delas, a de Orçamento Familiar (POF), uma extensa investigação de campo do IBGE. As pessoas foram pesadas, medidas, e o IBGE não encontrou a fome alardeada.
Se o objetivo central do Bolsa Família fosse de fato erradicar a fome, ele custaria bem menos ao contribuinte, e o governo contaria com recursos para fazer a revolução que o país necessita com urgência na educação básica. A única capaz de acabar com a miséria de forma definitiva, por ela acontecer por meio da ascensão social do próprio cidadão, sem que ele se torne prisioneiro de esmolas do Estado e dependente de currais de votos. Infelizmente, por ter provado o sabor do retorno eleitoral do Bolsa Família, não será este governo que contestará estatísticas fantasiosas sobre a situação social do Brasil.

Fonte: O Globo

Justiça manda PT retirar outdoors de propaganda no PR

A Justiça Eleitoral proibiu ontem a propaganda do PT veiculada em outdoors nas ruas de Curitiba. A decisão do juiz Benjamim Acácio de Moura e Costa, da 178ª Zona Eleitoral, acatou representação eleitoral com pedido de liminar impetrada pelo PSDB de Curitiba.
A peça publicitária mostra três pré-candidatos do partido à prefeitura e chama os militantes para as prévias internas. Segundo os tucanos, a medida burla a legislação e foi feita em hora errada, já que o período eleitoral ainda não começou.
A liminar apontou sinais de irregularidades e notifica o PT e os pré-candidatos Gleisi Hofman, Tadeu Veneri e Luiz Herlain. A partir da notificação dos envolvidos, o prazo é de 24 horas para retirada de toda a propaganda. Se houver novas colagens, a multa chegará a R$ 100 mil.

Fonte: Agência Tucana com informações do PSDB-PR

Manchetes do dia

- JB: Produção industrial do país volta a crescer

- Folha: OEA evita condenação direta à Colômbia

- Estadão: Sob pressão dos vizinhos, Equador e Colômbia selam acordo na OEA

- Globo: Acordo na OEA reduz tensão entre Colômbia e vizinhos

- Gazeta Mercantil: IPOs desaceleram no Brasil e no mundo

- Correio: Esperança interrompida

- Valor: Licitação de plataforma de US$ 1 bi divide a Petrobras

- Estado de Minas: Cai juro de empréstimo para os aposentados

- Jornal do Commercio: OEA apóia Equador e poupa a Colômbia

Leia os destaques de capa de alguns dos principais jornais do país.